Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas
Disciplina: Introdução aos estudos de língua portuguesa II (FLC0115)
Docente: Prof. Dr. Paulo Roberto Gonçalves Segundo
Programa
1. O discurso e o texto: noções.
2. Gêneros discursivos e sequências textuais: noções
3. Oralidade e letramento
4. O continuum fala-escrita: oralidade e escrituralidade
5. Os gêneros falados: da conversação aos gêneros formais e públicos
6. Noções de Pragmática: atos de fala, máximas conversacionais, pressupostos e subentendidos, inferências.
7. A perspectiva textual-interativa e as especificidades do texto oral
8. Elementos fundamentais do texto oral: tópico discursivo, turnos, marcadores conversacionais, paráfrase, correção, repetição, tematização e rematização, descontinuidades
9. A construção do texto: processo de referenciação
10. Cortesia verbal e teoria das faces
11. Texto e ensino: breves considerações
Data Aula |
Tema da aula |
Bibliografia sugerida (texto central/texto complementar) |
29/09 1ª aula |
Apresentação da disciplina/ Noções básicas de texto e discurso |
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01/10 2ª aula |
Linguística de Texto, Análise do Discurso, Análise da Conversação e Pragmática: onde estamos? Como chegamos até aqui? |
MARCUSCHI, L. A. (2008) Breve excurso sobre a Linguística no século XX. In: MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, pp. 26-46. |
06/10 3ª aula |
Gêneros discursivos e sequências textuais |
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. (2009) Escrita e práticas comunicativas. In: KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, pp. 53-74. MARCUSCHI, L. A. (2008) Gêneros textuais no ensino da língua. In: MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, pp. 146-206. |
08/10 4ª aula |
Gêneros discursivos e sequências textuais |
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Noções de Pragmática: Máximas conversacionais, pressupostos, subentendidos, atos de fala |
BRANDÃO, H. H. N. (2001) Pragmática Linguística: delimitações e objetivos. In: MOSCA, L. L. S. (org.) Retóricas de ontem e de hoje. São Paulo: Humanitas, pp. 161-182. |
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13/10 5ª aula |
Oralidade e Escrituralidade: continuum de práticas sociais e discursivas
O texto oral: características gerais da fala |
MARCUSCHI, L. A. (2001) Oralidade e letramento. In: MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo, Cortez, pp. 15-43 KOCH, I. G. V. (2006) Especificidade do texto falado. In: JUBRAN, C. C. A. S.; KOCH, I. G. V. (org.) Gramática do Português Culto Falado no Brasil, vol. I. Campinas: Editora da Unicamp, pp. 39-46. RODRIGUES, A. C. S. (1999) Língua fala e língua escrita. In: PRETI, D. (org.) Análise de textos orais. São Paulo, Humanitas, pp. 13-32. |
15/10 6ª aula |
Atividade sobre as aulas 01-05 |
Valor: 2,0 |
20/10 7ª aula |
Turnos conversacionais |
GALEMBECK, P. T. (1999) O turno conversacional. In: PRETI, D. (org.) Análise de textos orais. São Paulo, Humanitas, pp. 55-79. FREITAG, Raquel Meister; ARAUJO, Andréia Silva (2010) “Quem pergunta quer resposta!” – perguntas como estratégias de interação na escrita. Via Litterae, Anápolis, v. 2, n. 2, p. 321-335, jul./dez. 2010. |
22/10 8ª aula |
Tópico Discursivo e Digressões |
FÁVERO, L. L. (1999) O tópico discursivo. In: PRETI, D. (org.) Análise de textos orais. São Paulo, Humanitas, pp. 33-54. |
ANDRADE, M. L. C. V. O. (2001) Relevância e contexto: o uso de digressões na língua falada. São Paulo: Humanitas, pp. 185-195. |
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27/10 9ª aula |
Marcadores Conversacionais |
URBANO, H. (1999) Marcadores Conversacionais. In: PRETI, D. (org.) Análise de textos orais. São Paulo, Humanitas, pp. 81-101. PENHAVEL, Eduardo (2012). O que diferentes abordagens de marcadores discursivos têm em comum? Revista (CON)TEXTOS Linguísticos, Vitória, v.6, n.7, p. 78 – 98. KOCH, Ingedore (2014) As marcas de articulação na progressão textual. In: KOCH, Ingedore. As tramas do texto. São Paulo: Contexto, p. 86-100. |
29/10 10ª aula |
Marcadores Conversacionais |
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03/11 11ª aula |
Sintaxe do texto falado: tematização, rematização, parentetização e foco |
KOCH, Ingedore (2014) Tematização e rematização no português falado no Brasil. In: KOCH, Ingedore. As tramas do texto. São Paulo: Contexto, p. 101-124. |
05/11 12ª aula |
Atividade sobre as aulas 07-11 |
Valor: 3,0 |
10/11 13ª aula |
Paráfrase, Correção e Repetição |
HILGERT, J. G. (1999) Procedimentos de reformulação: a paráfrase. In: PRETI, D. (org.) Análise de textos orais. São Paulo, Humanitas, pp. 103-127. BARROS, D. L. P. (1999) Procedimentos de reformulação: a correção. In: PRETI, D. (org.) Análise de textos orais. São Paulo, Humanitas, pp. 129-156. MARCUSCHI, L. A. (2006) Repetição. In: JUBRAN, C. C. A. S.; KOCH, I. G. V. (org.) Gramática do Português Culto Falado no Brasil, vol. I. Campinas: Editora da Unicamp, pp. 219-254 |
12/11 14ª aula |
Paráfrase, Correção e Repetição |
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17/11 15ª aula |
Polidez/Cortesia/Descortesia: noção de face positiva e negativa |
MODESTO, A. T. T. (2011) Processos interacionais na internet: Análise da Conversação Digital. Tese de Doutoramento. FFLCH-USP. (Capítulo IV) SILVA, L. A. (1998). Polidez na interação professor/aluno. In: PRETI, D. (org.) Estudos de língua falada: variações e confrontos. São Paulo: Humanitas, pp. 109-130. GALEMBECK, P. T. (1999). Preservação da face e manifestação de opiniões: um caso de jogo duplo. In: PRETI, D. (org.) O discurso oral culto. São Paulo: Humanitas, pp. 173-194. |
19/11 16ª aula |
Polidez/Cortesia/Descortesia: noção de face positiva e negativa |
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26/11 17ª aula |
Atividade sobre as aulas 07-16 |
Valor: 2,0 |
28/11 18ª aula |
Processos de referenciação
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Apostila intitulada Referenciação KOCH, Ingedore (2014) As formas nominais anafóricas na progressão textual. In: KOCH, Ingedore. As tramas do texto. São Paulo: Contexto, p. 26-45. KOCH, Ingedore (2014) Linguagem e cognição: a construção e reconstrução de objetos de discurso. In: KOCH, Ingedore. As tramas do texto. São Paulo: Contexto, p. 46-61. KOCH, Ingedore (2014) Rotulação: uma estratégia textual de construção do sentido. In: KOCH, Ingedore. As tramas do texto. São Paulo: Contexto, p. 26-45. MARCUSHCI, L. A.; KOCH, I. G. V. (2006) Referenciação. In: JUBRAN, C. C. A. S.; KOCH, I. G. V. (org.) Gramática do Português Culto Falado no Brasil, vol. I. Campinas: Editora da Unicamp, pp. 381-399. KOCH, I. V. (2005) Referenciação e orientação argumentativa. In: KOCH, I. V.; MORATO, E. M.; BENTES, A. C. (org.) Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, pp. 33-52. JUBRAN, C. S. (2005) Especificidades da referenciação metadiscursiva. In: KOCH, I. V.; MORATO, E. M.; BENTES, A. C. (org.) Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, pp. 219-241. MARCUSCHI, L. A. (2005) Anáfora indireta: o barco textual e suas âncoras. In: KOCH, I. V.; MORATO, E. M.; BENTES, A. C. (org.) Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, pp. 53-77. MIRANDA, Neusa Salim. (1999) Domínios conceptuais e projeções entre domínios: uma introdução ao Modelo dos Espaços Mentais. Veredas: revista de estudos linguísticos. Juiz de Fora, v. 3, n. 1, p. 81-95. |
01/12 19ª aula |
Processos de referenciação
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03/12 20ª aula |
Processos de referenciação
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08/12 21ª aula |
Processos de referenciação
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10/12 22ª aula |
Atividade sobre as aulas 18-21 |
Valor: 3,0 |
15/12 23ª aula
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Entrega do trabalho final |
Valor 10,0 |
Oralidade, escrituralidade e ensino |
CRESCITELLI, M.; REIS, A. (2011) O ingresso do texto oral na sala de aula. In: ELIAS, V. (org.) Ensino de língua portuguesa: oralidade, escrita, leitura. São Paulo: Contexto, pp. 29-39. XAVIER, A. C. (2011) A (in)sustentável leveza do internetês. Como lidar com essa realidade virtual na escola? In: ELIAS, V. (org.) Ensino de língua portuguesa: oralidade, escrita, leitura. São Paulo: Contexto, pp. 167-179. PAULIUKONIS, M. A. (2011) Texto e Contexto. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. F. (org.) Ensino de gramática: descrição e uso. 2ª ed. São Paulo: Contexto, pp. 240-258. |
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17/12 24ª aula |
Oralidade, escrituralidade e ensino |
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05/01 25ª aula |
Recuperação |
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07/01 26ª aula |
Prova de recuperação |
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Procedimentos de avaliação
Serão utilizados, nesta disciplina, dois instrumentos de avaliação: quatro atividades realizadas em aula (15.10; 05.10; 26.10; 10.12) e um trabalho final em formato de artigo científico (15.12).
A média será calculada segundo a fórmula abaixo:
M = ∑notas das atividades em aula + nota do trabalho
2
Será considerado reprovado o aluno que obtiver frequência inferior a 70% e/ou média inferior a 3,0.
Será considerado em recuperação o aluno que obtiver média final entre 3,0 e 4,9 e frequência mínima de 70%.
Considerar-se-á aprovado no processo de recuperação o aluno que obtiver nota igual ou superior a 5,0, com frequência mínima de 70%.
Bibliografia
ANDRADE, M. L. C. V. O. Relevância e contexto: o uso de digressões na língua falada. São Paulo: Humanitas, 2001.
AQUINO, Z. G. O. Conversação e conflito: um estudo das estratégias discursivas em interações polêmicas. Tese de doutoramento. São Paulo, FFLCH/USP, 1997.
BROWN, P.; LEVINSON, S. C. Politeness: some universals in language usage. 17 reimpressão. Ed. Revista. Cambridge: Cambridge University Press, 2008 [original: 1978; revisão: 1987]
CALVET, Luis-Jean. La tradition orale. Paris: PUF, 1984. [trad. Waldemar Ferreira Netto A tradição oral]
CASTILHO, A. T. de. A língua falada no ensino de português. São Paulo: Contexto, 1999.
CRESCITELLI, M.; REIS, A. (2011) O ingresso do texto oral na sala de aula. In: ELIAS, V. (org.) Ensino de língua portuguesa: oralidade, escrita, leitura. São Paulo: Contexto, pp. 29-39.
FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. 7ed. São Paulo: Ática, 1999.
FÁVERO, L. L.; ANDRADE, M. L. C. V. O.; AQUINO, Z. G. O. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. São Paulo: Cortez, 1999.
FREITAG, Raquel Meister; ARAUJO, Andréia Silva (2010) “Quem pergunta quer resposta!” – perguntas como estratégias de interação na escrita. Via Litterae, Anápolis, v. 2, n. 2, p. 321-335, jul./dez. 2010 .
GIL, B. D.; AQUINO, Z. G. O. Estudos do discurso: diferentes perspectivas. São Paulo: Idea, 2009.
GONÇALVES SEGUNDO, P. R. Tradição, dinamicidade e estabilidade nas práticas discursivas: um estudo da negociação intersubjetiva na imprensa paulistana. Tese de doutoramento. São Paulo: FFLCH/USP, 2011.
GOODY, J. e WATT, I. As conseqüências do letramento. (Trad. Waldemar Ferreira Netto). São Paulo : Editora Paulistana, 2006.
JUBRAN, C. C..A.S., KOCH, I.G.V. (orgs) Gramática do português culto falado no Brasil: construção do texto falado. Campinas: Ed. da UNICAMP, 2006.
KOCH, I. G. V. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 1997.
_______. Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez, 2007.
_______.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2009.
_______.; MORATO, E. M.; BENTES, A. C. (org.) Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, 2005.
_______. As tramas do texto. São Paulo: Contexto, 2014.
MAINGUENEAU, D. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001
MARCUSCHI, L. Análise da conversação. São Paulo: Ática, 1986.
_________. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001.
_________. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
MOSCA, L. L. S. (org.) Retóricas de ontem e de hoje. São Paulo: Humanitas, 2001.
MODESTO, A. T. T. (2011) Processos interacionais na internet: Análise da Conversação Digital. Tese de Doutoramento. FFLCH-USP.
MURO, A. A. Cortesía y descortesia: Teoría y práxis de um sistema de significación. Mérida: Editorial venezolana, 2007.
PAULIUKONIS, M. A. (2011) Texto e Contexto. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. F. (org.) Ensino de gramática: descrição e uso. 2ª ed. São Paulo: Contexto, pp. 240-258.
PRETI, D. (org.) Análise de textos orais. São Paulo: Humanitas – Projeto NURC/SP, 1993. Série Projetos paralelos, v. 1.
_________. (org.) O discurso oral culto. São Paulo. Humanitas - Projeto NURC/SP, 1994. Série Projetos paralelos, v. 2.
_________. (org.) Estudos de língua falada: variações e confrontos. São Paulo: Humanitas - Projeto NURC/SP, 1998. Série Projetos paralelos, v. 3.
_________. (org.) Fala e escrita em questão. São Paulo: Humanitas – Projeto NURC/SP, 2000. Série Projetos paralelos, v. 4.
_________. (org.) Interação na fala e na escrita. São Paulo: Humanitas – Projeto NURC/SP, 2002. Série Projetos paralelos, v. 5.
_________. (org.). Léxico na língua oral e na escrita. São Paulo : Humanitas, 2003. Série Projetos paralelos, v. 6.
_________. (org.). Diálogos na fala e na escrita. São Paulo : Humanitas, 2005. Série Projetos paralelos, v. 7.
_________. (org.). Oralidade em diferentes discursos. São Paulo: Humanitas, 2006. Série Projetos paralelos, v. 8.
RECUERO, R. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
ROJO, R. e SCHNEUWLY, B. As relações oral/escrita nos gêneros orais formais e públicos: o caso da conferência acadêmica. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 6. n. 3, p. 463-493, set/dez/ 2006.
SIGNORINI, I. (Org.) Investigando a relação oral/escrito e as teorias do letramento. Campinas (SP) : Mercado de Letras, 2001.
SILVA, L. A. da . A língua que falamos. Português: história, variação e discurso. São Paulo: Globo, 2005.
SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
__________. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educ. Soc., Campinas, vol. 23, n. 81, pp. 143-160, dez. 2002. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br
TFOUNI, L. V. Letramento e alfabetização. 2ed. São Paulo : Cortez Editora, 1997.
XAVIER, A. C. (2011) A (in)sustentável leveza do internetês. Como lidar com essa realidade virtual na escola? In: ELIAS, V. (org.) Ensino de língua portuguesa: oralidade, escrita, leitura. São Paulo: Contexto, pp. 167-179.