Membros:
Prof. Dr. Manoel Luiz Gonçalves Corrêa (responsável)
Barbara Machado Martins
Cora de Andrade Ramos
Eliana Vasconcelos da Silva Esvael
Vitor Soster
Leo Chahad André
Patricia Hilda Franzoni
Vitor Soster
Financiamento: CNPq
Início: 2008
Situação: em andamento
Resumo:
Com o objetivo de investigar a competência escrita (e de leitura) de formandos em Letras e propor encaminhamentos para o trabalho com esse tema no contexto universitário, este projeto propõe o estudo da relação entre letramento e oralidade, particularizando-o para a estruturação do tempo nos textos de pré-universitários (candidatos a cursar Letras) e universitários (formandos em Letras). Toma como ponto de partida as noções de tempo lingüístico e tempo crônico (Benveniste, 1989) para investigar como se dá a construção do tempo na organização estrutural dos textos. O corpus reúne 3363 respostas à questão discursiva de Letras e Lingüística, número que corresponde a cerca de 20% do total de respostas obtidas no exame de 2001. Além desses textos, o corpus conta ainda com 270 redações dissertativas sobre o tema O trabalho, produzidas por candidatos ao curso de Letras da USP por ocasião do Vestibular FUVEST/2006. A perspectiva teórica toma como base a idéia de
que letramento e oralidade se realizam como práticas sociais que, como tais, convivem no mesmo espaço social. Essa convivência se materializa em fatos lingüísticos de natureza heterogênea do ponto de vista da relação entre fala e escrita, natureza que sustentará a observação da relação entre tempo e temporalidade. Neste particular, serão utilizadas as contribuições teóricas advindas da História Oral. À convivência entre letramento/oralidade e escrita/fala, associa-se uma concepção de linguagem baseada em dois pressupostos teóricos: a) o de que a linguagem humana caracteriza-se pela possibilidade de narrar, marcando-se por essa espécie de gênero fundador; e (b) o de que a subjetividade e a produção de sentido dependem da consideração da alteridade: o sujeito da linguagem constituindo-se na presença (física ou imaginada, consciente ou inconsciente) do outro e o sentido que produz ganhando acabamento também no outro. Metodologicamente, a análise é orientada para uma abordagem qualitativa.